E se você se sentisse bonita, mesmo estando careca? Minha peruca e eu

Confesso, que nunca na minha vida, nem nos meus sonhos mais loucos imaginei que um dia teria uma uma peruca…

Mas depois da quimioterapia, a Ana Beatriz (nome que dei a minha peruca) veio em boa hora.

No primeiro capítulo da novelinha,  A ARTE DE SER CARECA , contei como foi difícil perder os cabelos, quando eu decidi raspar o cabelo e  ficar careca, com direito a filminho e tudo!!!!! Hehehehe!

 Agora vou contar de fato, a arte de ser careca!!! Sim, porque ser careca é uma arte!

O momento que assumi a minha careca, para mim foi libertador!

Primeiro, por que finalmente lá estava eu, encarando os meus medos: como eu ficaria? E até  que, modéstia à parte, não fiquei tão mal quanto pensei!

E cá entre nós: O medo faz tudo parecer pior é mais difícil!
 

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Vencida a etapa da superação da careca, comecei a me relacionar com a minha nova imagem e descobrir como poderia ficar mais apresentável, apesar da careca.

Tinha tanto medo de ficar careca, que mandei fazer uma peruca super estilosa com cabelos naturais. Não queria ficar com cara de quem está usando peruca de carnava de jeito nenhum!

Porém…
 
Não me adaptei com peruca. Olha o que aconteceu já na primeira vez que eu usei ?

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Fui trabalhar e senti tanto calor na careca que pendurei  minha peruca junto com a minha bolsa no escritório.

Sempre que tentei usar peruca , sentia que tinha um cachorro morto na minha cabeça !!!! Um calor infernal!!!  Usei apenas três vezes!!!! Mas me diverti muito, quando sai com a “Ana Beatriz” .
 
 
dando pinta com a peruca
dando pinta com a minha peruca…
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Um dia, estarei rindo de tudo isso em Paris! Hehehehe!!!!

E brinquei com as perucas das amigas também. Então, me vi com vários visuais diferentes, e percebi que posso ser qualquer uma dessas “personagens” na vida real… Ou todas elas se quiser!!!!

A vida é muito curta para termos o mesmo visual , para sempre! Permita-se mudanças!

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versão morena e loira
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eu e minha amiga Joyce Brum fazendo rodízio de perucas

Também me diverti, emprestando a minha peruca…

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Meu cunhado e meu cachorro Guga
Depois que perdi a vergonha por estar careca,  abri mão da peruca e comecei a me reinventar.
Fiquei um pouco na fase dos lenços. Mas isso é assunto para o próximo post.
E você?
 
Me conta nos comentários como foi a sua relação com perucas…
 
Você conseguiu se adaptar?
 
 

 

 

4 Comentários


  1. Antes do tratamento decidi cortar o cabelo bem curto. E após os 10 dias da primeira sessão meus cabelos começaram a cair, logo após o Natal de 2016, então decidi cortar mais curto ainda, mas, não passei a máquina, queria ver todo o processo da queda, até ficar careca, que foi tudo muito rápido, hj meus cabelos já estão crescendo. Usei lenços, chapéu e peruca, curti todos e ainda curto.
    Quando resolvi cortar bem curtinho, alguns familiares estavam presente, mãe, irmãs, sobrinhos e cunhadas. Só chorei quando meu sobrinho falou: titia a perda dos seus cabelos faz parte do tratamento, com isso me derreti no choro.


  2. Passei por todas estas fases, tendo como marco doloso, o dia em que realmente precisei cortar os poucos fios de cabelo que ainda restavam em minha cabeça! Acordei na terça-feira, decidida que iria assumir minha careca, levantei, tomei banho, o banheiro, meu quarto e todo o restante da casa tinham mais cabelo do que restava em minha cabeça! Olhei para minha filha de sete anos e lhe avisei que iria cortar o cabelo, quando disse isso, ela pediu pra me acompanhar. Decidida sobre o que deveria fazer, sentei na cadeira do salão, minha cabeleireira colocou a capa, td sob muita tensão, quando minha filha, com um carinho enorme, assumindo a maturidade do momento, me diz: não importa os cabelos, o que importa é você ficar bem! Choro brotou em nossos olhos!

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