Qual o melhor tratamento de Câncer em pessoas idosas?
Será que nesse caso a Quimioterapia é recomendada?
Devemos ou não devemos contar para um idoso que ele tem Câncer?
O Câncer ainda é um tabu pra muita gente. Senti isso na carne quando fui diagnosticada. As pessoas não sabem muito bem como se comportar, o que falar. Muito menos como ajudar quem tem câncer…
E quando o paciente é um ente querido já em idade avançada, todas essas questões se agravam ainda mais.
Afinal, meus pais e avos são de uma época em que receber um diagnóstico de câncer equivalia a receber uma sentença de morte.
Me recordo de algumas vezes em que, quando criança, escutava a conversa dos adultos e alguém dizia penalizado: “Fulano, está com aquela doença ruim”…
Os outros se lamentavam e já programavam uma visita antes que a pessoa “partisse”.
Talvez por isso, algumas pessoas, especialmente as mais velhas, ao me visitar diziam:
“Fiquei sabendo do seu problema…”
Como se a palavra Câncer estivesse proibida ou fosse algo tão ofensivo que não seria de bom tom ser pronunciada.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o risco de pessoas com mais de 65 anos desenvolverem doenças cancerígenas é 11 vezes maior do que pessoas com idade inferior.
Casos de tumores de cólon, reto, estômago, pâncreas e bexiga acometem de 2/3 a 3/4 das pessoas que têm mais de 65 anos.
Da mesma forma, mais da metade dos casos de tumor de pulmão e linfoma não-Hodgkin (neoplasia do sistema linfático) também ocorre em pessoas nessa idade .
Isso ocorre devido ao envelhecimento celular:O nosso organismo está permanentemente dividindo suas próprias células.
O corpo fabrica diariamente trilhões de células. Por isso, é muito comum uma ou outra célula nascer com algum defeitinho de fabricação.
Acontece que o nosso corpo é inteligente e possui seus próprios mecanismos de defesa. O sistema imunológico está equipado para destruir essas células defeituosas.
Porém, no caso dos idosos, durante esse processo de divisão celular é ainda mais comum que ocorram mutações genéticas.
O que, em condições normais, são corrigidas e eliminadas pelo sistema imunológico. Mas o sistema imunológico dos idosos, já não trabalha de forma tão eficiente.
Por isso, o risco tão aumentado do surgimento do câncer nos idosos.
Segundo o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de pessoas com mais de 65 anos de idade deverá quadruplicar nos próximos 47 anos.
O número total de idosos passará de 14,9 milhões em 2013, para 58,4 milhões em 2060.
O que deverá representar à época cerca de 26% da população total.
A população está envelhecendo. E o lado ruim da alta longevidade é que, vivendo mais, as pessoas têm mais probabilidades de desenvolver doenças, não somente câncer.
Decisões no tratamento de Câncer em pessoas idosas
Os questionamentos mais comuns entre os familiares de uma pessoa que foi diagnosticada em idade é avançada é decidir se o paciente deve saber que tem câncer ou deve ser poupado.
E com relação ao tratamento: Será que ele ou ela irá aguentar o protocolo de tratamento que pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia?
Para começo de conversa, as características do tratamento de câncer em uma pessoa idosa são completamente diferentes das de um jovem ou adulto.
Isso poque os riscos de descompensação de alguma doença pré-existente, pelo tratamento do câncer são muito maiores quando se fala em pessoas de terceira idade.
Então, é preciso confiar no médico que irá fazer uma avaliação global da melhor estratégia de tratamento que considera a expectativa de vida do paciente idoso.
Assim como a sua reserva funcional (capacidade física), o suporte social e as opções e crenças pessoais do paciente.
Até porque existem pessoas com 70 anos totalmente dependentes e com uma saúde frágil e pessoas com 80 anos que levam suas vidas de forma independente.
E aí entramos no primeiro questionamento:
Contar ou não contar para um paciente em idade avançada que ele tem câncer?
O desejo de “poupar” a pessoa idosa que ela tem câncer, tem as melhores das intenções.
Porém, “fechar os olhos” para a realidade não irá mudar a realidade.
Pelo contrário, será que o paciente oncológico em idade avançada também não tem o direito de refletir sobre a finitude da vida?
Será que ele também não desejaria examinar sua história de vida, suas escolhas e possibilidades… E definir como ele deseja enfrentar essa realidade?
Envelhecer mostra-se um grande desafio, agravado pelo enfrentamento da doença e a possibilidade de morte. A questão da finitude, ou como o idoso encara a idade avançada e a perspectiva do fim da vida certamente irá influenciar na forma como o idoso irá enfrentar esse desafio.
É grande a proporção de pacientes idosos com câncer que conseguem estar em paz com o diagnóstico, muito mais até que seus familiares.
E eu quero contar a linda história de Superação de duas pacientes em idades avançadas que decidiram enfrentar o Diagnóstico de Câncer de maneiras totalmente diferentes:
Norma, uma americana de 90 anos que foi diagnosticada com câncer surpreendeu a todos quando decidiu abrir mão do tratamento.
Após perder um marido em razão da mesma doença, ela tomou uma decisão surpreendente: Não se tratar para por o pé na estrada e viajar!
Leo e Norma foram casados por 67 anos. Após a morte do amado, a mulher fez uma consulta com seu médico no Estado de Michigan, EUA. E descobriu a triste notícia do câncer dois dias após a morte do marido.
A viúva vendeu sua casa, e com o apoio dos filhos comprou um trailer. Com muita disposição e bom humor ela decidiu viajar pelo mundo!
Em visita ao médico, a família disse que apoiava completamente sua decisão e que a levaria aonde quisesse ir. O doutor disse, então, a eles: “Avante!”
Já que não havia nenhuma garantia de sucesso na cirurgia e tratamento.
Norma passou seu ultimo ano de vida na estrada junto com seu filho Tom, sua nora, Ramie, e seu cão, Ringo, percorrendo centenas de quilômetros.
Voou de balão em Palm Springs, na Califórnia, visitou a Disneyworld, na Flórida, viu bisões no parque nacional de Yellowstone e se assombrou com o Grand Cânion, no Colorado.
Faleceu em paz em 30 de setembro de 2016.
Pode até parecer uma história com final triste. Mas eu acho que a Norma, que faleceu aos 92 anos, teve uma oportunidade fantástica de se despedir da vida e das pessoas que ela amava…
Agora eu quero contar a História dessa querida, que se chama Maura.
Ela tem 84 anos e está encarando o Câncer e todo o tratamento pela segunda vez com muito bom humor.
“Meu nome é Geisamara, sou filha de paciente com câncer de mama. Moramos em Cariacica – ES, sou filha única tenho 41 anos e mamãe tem 83 anos.
Em 2007, mamãe foi diagnosticada com câncer de mama grau IV, passou por mastectomia total e esvaziamento de axila, passamos juntas pelas 08 sessões de quimio, cirurgia e radio.
Uma vitória em cada etapa e nossa vida tomou novas rotinas a cada seis meses.
Em 20 de dezembro de 2016, nosso “presente” de Natal chegou mais cedo, a mamografia da mamãe apresentou alterações na axila.
Entre exames complementares, consultas e biopsia corremos contra o tempo, no dia 20 de fevereiro de 2017, mamãe voltou ao centro cirúrgico, outra mastectomia total e esvaziamento de axila.
Hoje, estamos semanalmente presentes no ambulatório para as sessões de quimio.
Temos agendadas 12 sessões, já se foram 04 ! também , três tomografias, uma cintilografia e na última quinta fizemos ecocardiograma.
Aqui contamos com o Hospital Santa Rita (SUS), referência no tratamento de câncer.
Ele atende toda a região e estados vizinhos. Atendimento de excelência em todos os sentidos. Estrutura e pessoal são itens de primeira.
Apesar de estar passando por este turbilhão de informações, resultados, idas e vindas ao hospital, mamãe está muito bem, sem reações graves a quimio.
Eu como filha, sei que não é nada fácil vê-la passar por tudo isso. É muito exaustivo para ela sair da casinha dela. E levá-la para o tumulto do hospital . Vivenciar o bombardeio de medicações, exames e consultas .Mas agradeço a Deus por termos um atendimento tão bom, com profissionais e recursos rápidos como o que estamos recebendo.
Passar por esta fase não é nada fácil, psicologicamente e fisicamente.Mas estar ao lado de minha mãe tem me ensinado que apesar da idade avançada, a vontade de viver prevalece a cada dia.O corpo responde mais lentamente ao ataque da quimio, assim como a alimentação saudável também.
Porém, alimentar-se bem das coisinhas que se gosta, (principalmente comida de panela), dormir bem, ingerir líquidos…
E, principalmente, estar na companhia da família, é uma forma de combater a doença a cada dia um pouquinho.
Uma semana antes do Dia das Mães, foi marcada a primeira sessão de quimio.
Então mamãe pediu que antecipássemos o almoço. Ela também pediu uma sessão de fotos, não para despedida.
Mas sim um registro de Três Gerações. Em meio a um belo local de muito verde e clima rural.
Passamos horas maravilhosas e fizemos lindas fotos, sempre juntas e uma dando força e apoio à outra.No último domingo, foi o dia do corte de cabelos. Essa fase é tensa para mulheres. Mesmo para ela que, tendo oitenta e poucos anos, a vaidade feminina ainda é muito ativa.Porém, novamente a família esteve unida neste momento.
Meu marido e papai também aderiram ao corte “Cojak” . E a tarde de domingo foi de alegria e descontração.
Novo motivo para fotos e brincadeiras.
Pois bem, esse é um breve relato de uma filha que nem sabia que ama tanto sua mãe.
Como estar com ela nesses dias é importante e vital para tudo dar certo.É delicioso chegar a noite e ver que ela esvaziou as panelas e as garrafinhas de bebidas que deixo pronta ao sair para trabalhar.
Como é engraçado chegar pela manhã em sua casa e ver em cima do fogão panelas que ela usou para fazer sopinha de madrugada, porque acordou ” varada” de fome.
E assim vamos vencendo cada batalha!!!
Beijos!!!”
Prevenir ainda é o melhor remédio
O Câncer é uma doença degenerativa e multifatorial.
Ou seja, causada por diversos fatores.
Felizmente, os idosos cada vez mais têm adotado um estilo de vida mais saudável.
Isso inclui a prática de exercícios físicos, alimentação balanceada e abandono do tabagismo.
Ainda assim, fatores acumulados ao longo da vida, como:
A obesidade, o sedentarismo, abuso do álcool e até poluição, podem favorecer o aparecimento e desenvolvimento da doença.
E 1/3 dos cânceres podem ser evitados já que estão relacionados à estilo de vida.
Já abordei esse assunto, no Artigo: Os 5 Hábitos Anticâncer que garantem uma vida longe do Câncer e outras doenças. (Clique Aqui para ler)
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