Neuropatia periférica pode ser causada pela quimioterapia? Entenda o caso

Você sabe o que é neuropatia periférica? Entenda o que ela pode causar e como prevenir. 

A quimioterapia é um tratamento muito utilizado em pacientes que possuem câncer. Basicamente, ela é composta por medicamentos que são capazes de destruir as células doentes que formam um tumor. Estes remédios se misturam com o sangue e passam a ser levados por todas as partes do organismo, desfazendo-se das células doentes e impedindo, também, que elas se espalhem mais pelo corpo. O tratamento cura, mas preciso dizer que algumas pessoas precisam lidar com as sequelas da quimioterapia.

neuropatia periférica
Neuropatia periférica por causa da quimioterapia. Saiba: dormência nos pés e mãos devido a quimioterapia. | Foto: Freepik.

O tratamento pode ser feito de diversas maneiras diferentes, como você pode ver:

  • Via oral: Nesse caso, o paciente ingere pela boca o medicamento na forma de comprimidos, cápsulas ou líquidos. Essa modalidade pode ser aplicada em casa, mas sempre com acompanhamento médico;
  • Intravenosa: A medicação é aplicada diretamente na veia ou através de um cateter, ou seja, um tubo fino colocado na veia, na forma de injeções ou, até, dentro do soro;
  • Intramuscular: nesse formato, a medicação é aplicada por meio de injeções no músculo;
  • Subcutânea (pela pele):  aqui a medicação também é aplicada por injeções, mas por baixo da pele; Intracraneal (pela espinha dorsal): Essa modalidade é bem menos frequente, podendo ser aplicada no líquido da espinha, pelo próprio médico ou dentro do centro cirúrgico;
  • Tópico (sobre a pele ou mucosa): O medicamento pode ser líquido ou em formato de pomada, sendo aplicado na região afetada. 

Quando os pacientes fazem uso da quimioterapia, em alguns casos, é como que uma condição seja gerada por causa do tratamento. Tal condição é chamada de neuropatia periférica e é um efeito colateral bem comum em pessoas que passam pelo tratamento quimioterápico. Ela pode se manifestar de diversas maneiras, interferindo na qualidade de vida e, também, na autonomia das atividades diárias dos pacientes em questão.

Mas o que é a neuropatia periférica e quais são os sintomas causados por ela? Vamos ver mais sobre ela:

O que é neuropatia periférica?

Sabe-se que há uma divisão no sistema nervoso, sendo ele composto pelo central, isto é, cérebro e medula espinhal e periférico com as raízes, gânglios, nervos e o músculo. Assim, a neuropatia periférica é um termo dado a lesão ocasionada nos nervos do sistema nervoso periférico. Tais nervos possuem a função de transmitir informações, como se fossem cabos elétricos que carregam energia. Com ela, passa a ter um centro que conduz a energia, denominado de axônio, e a capa isolante que atende pelo nome de mielina, a qual faz o sistema ser bem mais rápido e eficaz.  

A neuropatia periférica pode ser subdividida em 10 tipos diferentes, uma vez que existe uma infinidade de nervos com características próprias e funções específicas. Então, a depender de qual ou quais deles são acometidos, o tipo de neuropatia será diferente.

Quando a neuropatia acomete um ou mais nervos, são classificados da seguinte forma:​

  • Mononeuropatia: apenas 1 nervo;
  • Mononeuropatia múltipla: diversos nervos, de maneira assimétrica;
  • Polineuropatia: vários nervos acometidos de forma parecida e, também, simultânea.

Quando ela acomete uma função nervosa, passa a ser denominada pela função que alterou:​

  • Motora;
  • Sensitiva;
  • Sensitiva e motora;
  • Autonômica (simpático e parassimpático).

Ou ainda pode ser chamada de acordo com o tempo da neuropatia:​

  • Aguda – quando dura até 1 mês;
  • Sub Aguda –  quando dura de 1 a 2 meses;
  • Crônica – quando passa de 2 meses.

Você pode assistir um vídeo que publiquei no meu canal sobre a neuropatia: “Paty Responde: O que é neuropatia periférica?“.

Quais são os sintomas de neuropatia periférica?

Entre os diversos sintomas de neuropatia periférica, posso destacar os seguintes:

  • Dormência e formigamento nas extremidades (ou seja, nas mãos e pés);
  • Dormência nos pés e mãos causados pela quimioterapia;
  • Sensação de queimação nos braços e pernas;
  • Dor nos pés ou nas mãos;
  • Perda das sensações nos braços e nas pernas;
  • Dificuldade para movimentar os braços e as pernas;
  • Contrações musculares e cãibras nos braços e pernas;
  • Dificuldades na hora de se equilibrar;
  • Perda de massa muscular;
  • Perda de força;
  • Fraqueza, tontura e náuseas.

Neuropatia periférica pode ser causada pela quimioterapia?

Como foi visto acima, a neuropatia periférica pode sim ser causada por causa do tratamento da quimioterapia. No entanto, a causa mais comum para o desenvolvimento da neuropatia periférica é a diabetes. A doença pode acabar lesionando os nervos periféricos e causando uma série de sintomas.

Outras causas comuns da neuropatia periférica incluem: abuso de álcool e de medicamentos,  intoxicação por metais pesados (como é o caso do mercúrio e do chumbo, por exemplo), além da presença de doenças autoimunes (como o lúpus) ou de algumas determinadas infecções, como acontece com a doença de Lyme, causada pela picada do carrapato.

Há causas da neuropatia que podem ser adquiridas, isto é, que surgem ao longo da vida devido a fatores externos e aquelas que são hereditárias, ou seja, herdadas de maneira genética.

As adquiridas durante a vida são de razão:

  • Traumática – ocasionada por acidentes e cirurgias;
  • Compressiva – causada pela síndrome do túnel do carpo;
  • Tóxica – abuso de álcool e medicamentos, como vimos acima;
  • Metabólica – causada por diabetes e doenças da tireoide;
  • Infecciosa – ocasionada pela hanseníase ou alguma hepatite;
  • Autoimune – polirradiculoneurite inflamatória crônica (CIDP) ou associada a doenças reumatológicas. 

No caso das hereditárias:

  • Charcot-Marie-Tooth – doença rara que origina a neuropatia periférica, sendo a principal representante desse grupo;
  • Síndromes e doenças genéticas. 

Tratamentos para neuropatia periférica

Para realizar os tratamentos, é preciso antes saber como identificar a condição. Através de uma boa avaliação médica e de uma essencial solicitação de exames complementares corretos, é possível descobrir se tem ou não a doença e qual a sua origem. 

A avaliação minuciosa das queixas e dos sintomas levará a um exame neurológico e a partir daí, podem ser indicados alguns outros exames como eletroneuromiografia, ultra som de nervos, de sangue e urina para conseguir esclarecer o diagnóstico.

Depois que os testes já foram realizados e a causa determinada, pode-se fazer o tratamento correto. Inclusive, ele vai depender da causa encontrada para a neuropatia.  

Fazer um tratamento rápido melhora muito as chances do paciente se recuperar, mas em alguns casos a neuropatia pode não ser totalmente revertida e o foco será evitar a progressão.

Agora que falei sobre todas as questões técnicas, vou falar mais intimamente com vocês!

Se você está tendo esse efeitinho colateral pós quimioterapia, fica calma que isso tem jeito! Eu mesma tive neuropatia periférica após os ciclos de quimioterapia.

Um recurso que ajuda bastante reversão da neuropatia periférica é acupuntura. 

Eu perdi a sensibilidade dos dedos dos pés, ficaram dormentes e formigando por quase 6 meses após o término do meu tratamento.

Mas eu consegui reverter tudo isso com a fisioterapia! É chatinho? É! Mas, vamos arregaçar as mangas e correr atrás do prejuízo, né?

 

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