A imunoterapia, com suas diferentes vertentes, representa uma nova abordagem no tratamento para o câncer. Ao visitar os detalhes dessas terapias específicas, espero oferecer uma visão mais clara e acessível sobre como elas podem contribuir positivamente para o tratamento oncológico.
Sempre falo da importância de tentarmos manter o sistema imunológico o mais forte possível durante o tratamento contra o câncer, através de cuidados com o corpo e a mente: alimentação intencional e nutritiva, hidratação constante, equilíbrio entre descanso e exercícios e a manutenção de hobbies. Tudo isso para evitar quedas no sistema imunológico.
E se eu te dissesse que hoje existem tratamentos contra o câncer focados na ação do nosso sistema imunológico?
Te conto mais a seguir!
O que é imunoterapia?
A história da imunoterapia remonta ao final do século XIX, quando o cientista William Coley começou a investigar o impacto do sistema imunológico no combate ao câncer. Coley desenvolveu uma abordagem conhecida como “terapia de Coley”, na qual injetava bactérias em pacientes com câncer na esperança de estimular uma resposta imune.
Mas a verdadeira revolução na imunoterapia começou a surgir mais tarde, na década de 1970, com a descoberta das células T, um tipo de célula imune crucial para reconhecer e destruir células anormais, incluindo as cancerígenas.
A ideia é que, o organismo do paciente seja estimulado a eliminar a doença de forma mais eficiente e com menos toxicidade. Ou seja: a imunoterapia não atinge o câncer diretamente, ele estimula o organismo a fazê-lo.
Claro que a imunoterapia não é um tratamento universal. Já que diferentes cânceres e diferentes sistemas imunológicos têm suas especificidades.
Mas quando o organismo responde ao tratamento, o resultado costuma ser prolongado visto que o nosso corpo possui a chamada “memória imunológica” . Isso é ótimo para evitar as tão temidas metástases.
Segundo a Academia Nacional de Medicina (ANM), o tratamento imunoterápico é considerado hoje um grande avanço quando falamos sobre tratamentos oncológicos. A questão agora é torná-lo mais acessível à população geral.
Como a imunoterapia atua no tratamento do câncer?
Ao contrário da quimioterapia, tratamento para o câncer mais comum, que utiliza medicamentos para interromper o crescimento e a divisão das células cancerígenas, a imunoterapia utiliza medicamentos e métodos para estimular o corpo a atingir diretamente as células cancerígenas.
A quimioterapia pode afetar tanto as células cancerígenas quanto as células saudáveis (que se regeneram depois), o que pode resultar em efeitos colaterais como queda de cabelo, náuseas e fadiga. Este tratamento é aplicado de forma geral, atingindo diversas partes do corpo.
Por outro lado, a imunoterapia trabalha de maneira diferente, ativando o sistema imunológico do próprio corpo para combater o câncer. Ao invés de atacar diretamente as células defeituosas, ela reforça as defesas naturais do organismo para que reconheçam e eliminem as células malignas. Este tipo de tratamento é mais específico e visa minimizar os efeitos colaterais associados à quimioterapia.
Ou seja, enquanto a quimioterapia é um tratamento mais generalizado e atua diretamente nas células do câncer, a imunoterapia foca em fortalecer as defesas naturais do corpo para que ele próprio combata o câncer de forma mais direcionada. Ambos os tratamentos têm suas vantagens e são utilizados em diferentes contextos dependendo do tipo de câncer e das características individuais do paciente.
Esse foi só um exemplo para citar a importância dessa nova abordagem. No entanto, não podemos excluir a efetividade da quimioterapia e de outros tratamentos como radioterapia. Mas podemos enxergar a imunoterapia como um combo, que pode reduzir as sessões de terapias mais agressivas bem como aumentar a qualidade de vida durante o tratamento contra o câncer.
A imunoterapia já está presente em muitos países, no Brasil também. Sendo comumente usados para câncer nos rins, pulmão, melanoma e linfoma, principalmente em casos onde há possibilidade de metástases.
Quando a imunoterapia pode ser utilizada?
A aplicação da imunoterapia varia de acordo com o tipo de câncer e o estágio da doença.
Em certos casos, como melanoma avançado ou câncer de pulmão, a imunoterapia pode ser a primeira opção de tratamento. Em outros casos, pode ser combinada com outras terapias, como quimioterapia ou radioterapia, para potencializar os efeitos do tratamento para o câncer.
É importante ressaltar que a decisão de utilizar a imunoterapia e a escolha do momento adequado para seu uso é determinada pelo tipo específico de câncer, estágio da doença e características individuais do paciente.
Quais os tipos no tratamento para o câncer?
Existem diversas formas de imunoterapia no tratamento para o câncer, cada uma com abordagens específicas. Vou falar das principais.
Inibidores de checkpoint
Os inibidores, por exemplo, são medicamentos que liberam os “freios” do sistema imunológico, permitindo que ele ataque as células cancerígenas.
Como o papel do sistema imunológico é atacar as células, os pontos de verificação (checkpoints), precisam ser ativados ou desativados. Às vezes as células do tumor podem usar esse sistema para evitar que haja uma resposta de defesa do organismo. Os remédios inibidores, então, ajudam o sistema a reconhecer as células defeituosas para que possam ser combatidas.
Esses medicamentos costumam ser usados no tratamento para o câncer de pulmão, cabeça, pescoço e bexiga, além de alguns tipos de melanoma e linfoma.
Anticorpos monoclonais
Basicamente, são anticorpos feitos em laboratório, especificamente para agir contra um alvo na célula do câncer. Essas versões artificiais das proteínas imunológicas podem tanto destruir uma célula quanto facilitar a sua marcação, facilitando no tratamento. Essa abordagem é muito usada em tratamentos contra o câncer de mama, linfomas e leucemia.
Transferência de células T adotivas
Já a terapia celular adotiva envolve a manipulação das células imunológicas, as chamadas “células T” do paciente para reconhecer e destruir o câncer. Aqui, as células imunes são postas de lado e as que respondem melhor em seu papel de defesa do organismo, são trabalhadas para que sejam ainda mais potentes no tratamento para o câncer.
Elas ficam em uma espécie de incubadora, aguardando ficarem prontas e voltarem para o organismo para fazerem melhor seu trabalho.
Vacinas
Sim! As vacinas são imunoterapias. As vacinas terapêuticas visam fortalecer o sistema imunológico, treinando-o para reconhecer e atacar as células cancerígenas.
Ao contrário das vacinas comuns que atuam antes de uma doença aparecer. Aqui, as vacinas são para quem já tem câncer, ajudando o sistema imunológico a identificar células defeituosas.
Essas vacinas costumam ser criadas a partir das próprias células tumorais do paciente, ou de suas substâncias.
Não há dúvidas de que a imunoterapia representa um avanço nas pesquisas oncológicas. Aqui no blog eu compartilho tudo que descubro sobre tratamento para o câncer, para que você possa atravessar essa fase com mais leveza. Continue acompanhando!