O câncer atinge milhares de brasileiros, mas será que o tratamento mais adequado para ele é a quimioterapia vermelha? Para quem não sabe, existem diversos tipos de quimioterapia e, nesse post, você vai descobrir mais sobre uma delas, a vermelha.
A quimioterapia vermelha é conhecida assim, porque utiliza medicamentos que quando diluídos atingem uma coloração avermelhada. Já a quimioterapia branca, é conhecida assim por conter medicamentos transparentes na composição.
Muitas pessoas associam a quimioterapia vermelha aos efeitos colaterais intensificados. No entanto, cada organismo é responsável por responder de formas distintas ao tratamento, o que já implica na falsidade dessa informação.
Você vai entender melhor sobre esses tipos de quimioterapia. Mas é importante, antes disso, saber o que é quimioterapia no geral, e como ela é aplicada.
A quimioterapia é um tratamento médico que utiliza algumas substâncias específicas para acabar com as células danificadas pela doença, as quais formam um tumor ou surgem descontroladamente.
Tais substâncias encontradas nos medicamentos, são capazes de se misturar com o sangue e são levadas para todas as partes do corpo, impedindo o crescimento das células cancerígenas.
O tratamento pode ser diverso, a depender do tipo, subtipo e estadiamento da doença. Existe, inclusive, o tratamento oral, intramuscular, subcutâneo, intracraneal e o tópico.
O que é quimioterapia vermelha?
A quimioterapia vermelha trata-se de um tipo de quimioterapia conhecida por causa da sua cor, e muitas vezes, ela é utilizada sozinha em casos de pré-operatórios, pós-operatórios, ou em metástases. O seu uso é bastante comum quando observado em uma combinação de tratamento, com a presença de mais de um medicamento. Ou seja, ela não é utilizada sozinha.
Os medicamentos usados dentro da composição da quimioterapia vermelha são aqueles que fazem parte do grupo das antraciclinas, isto é, antibióticos antitumorais. Eles são a doxorrubicina e a epirrubicina, ambos contém “rubi” em seu nome, palavra pela qual a quimioterapia também pode ser popularmente conhecida.
Indicações para a quimioterapia vermelha
Essas duas medicações, doxorrubicina e epirrubicina, são indicadas para as seguintes doenças cancerígenas:
- câncer de mama e ovário;
- câncer de pulmão;
- câncer de bexiga;
- câncer na tireoide;
- câncer no pâncreas;
- câncer do reto-sigmoide;
- sarcoma ósseo e dos tecidos moles;
- linfoma de Hodgkin;
- neuroblastoma (isto é, câncer nas glândulas adrenais);
- tumor de Wilms;
- Leucemia linfoblástica ou mieloblástica aguda.
E qual é exatamente a diferença entre a quimioterapia branca e vermelha, além da cor e da composição dos medicamentos? Continue aqui comigo que vou explicar.
Quimioterapia branca VS vermelha
A cor do medicamento é formada devido às características da junção dos seus componentes e não influencia, de maneira alguma, nos seus efeitos colaterais.
O que determina se um é medicamento é mais forte e eficiente que o outro não seria a cor, mas sim a dosagem, bem como a combinação dos medicamentos e o protocolo para cada tipo distinto de tumor.
Existe uma diferença importante entre a quimioterapia vermelha e branca: a forma de administração. A vermelha é administrada especificamente de forma endovenosa, já a branca pode ser endovenosa, diretamente na circulação sanguínea; intramuscular, diretamente no músculo; subcutânea, sob a pele; ou intratecal, ao redor da medula espinhal.
Caso a melhor escolha para você seja a quimio vermelha, só haverá um único tipo de tratamento disponível.
Além da quimio vermelha e da branca, existem outros quimioterápicos com cores diferentes, como o metotrexato, que apresenta coloração amarelada, e da mitoxantrona, com uma cor meio azulada.
Como funciona o tratamento?
Vamos ver agora, como funciona a quimioterapia vermelha. Os medicamentos da quimio vermelha, assim como outras classes de quimioterápicos, podem ser combinados entre si, a depender do protocolo montado para cada caso.
Vale destacar, ainda, que a quimioterapia vermelha é contraindicada (não recomendada) para pacientes que possuem doenças cardíacas graves, infarto recente, arritmias graves ou insuficiência hepática grave.
Esse tratamento quimioterápico pode contar com um único medicamento ou com a combinação de vários deles, como foi dito acima, com doses diferentes e bem variadas formas de administração.
Os medicamentos da quimioterapia vermelha são muito utilizados para pacientes com câncer de mama, por exemplo. Mas, é bem mais comum que a paciente faça o tratamento desse tipo de câncer com uma combinação de quimioterapia branca e vermelha.
Cada dose da quimioterapia e combinação de medicamento é única, sendo preparada de acordo com as recomendações do médico responsável e com o peso e a altura de cada um dos pacientes.
Quanto ao número de sessões indicadas para a quimioterapia vermelha, não há regras. Isso porque vai depender muito do diagnóstico do paciente. Então, tem pessoas que fazem quatro, seis ou até, oito sessões.
Em relação ao intervalo entre as aplicações, isso também muda de acordo com o estado de saúde da pessoa, pois a quimioterapia é um tratamento citotóxico, que possui efeitos em células saudáveis. Logo, o tempo é um importante fator para a recuperação de um organismo saudável. O período de descanso pode durar de uma semana a três semanas.
Possíveis efeitos colaterais
Existe a ideia de que a quimioterapia vermelha provoca efeitos colaterais piores, o que como já foi visto, é mentira. É fato que tais substâncias provocam efeitos, entretanto, esses efeitos podem variar de um organismo para outro.
Veja quais são os três efeitos colaterais principais da quimioterapia vermelha, que separei para você:
Queda de cabelo
Durante o seguimento do tratamento, a queda de cabelo é um dos efeitos colaterais que mais aflige os pacientes, seja homem ou mulher, mesmo que ele não seja de maneira permanente. Isso acontece porque essa parte do nosso corpo é extremamente definidora da autoestima, o que vai determinar se uma pessoa vai se sentir bonita ou não.
Na quimioterapia vermelha, esse efeito é um dos mais comuns, e acontece com a maioria dos indivíduos. Eu sei que essa é uma perda grande para nós mulheres, mas se isso te serve de conforto, com o fim do tratamento, os cabelos voltam a crescer naturalmente e você vai recuperar sua aparência anterior ao início da quimioterapia.
Náuseas e vômito
As náuseas e vômitos também são bastante comuns quando se fala da quimioterapia vermelha. Isso acontece devido à sensibilidade do sistema digestivo às medicações, o que pode levar o paciente ao vômito, em si. Tal efeito colateral é um grande incômodo e pode variar com a sua intensidade de um paciente para outro.
É recomendado, então, que o paciente fique, nesse período, bem longe da cozinha durante o preparo das refeições, evitando desconfortos como estresse estomacal, desorientação e tonturas. Outras dicas para se livrar desse efeito colateral são:
- preparar um número maior de refeições, com uma quantidade menor de alimentos;
- dar prioridade a alimentos frios;
- fazer ingestão de alimentos mais secos;
- optar por alimentos de fácil digestão;
- tomar bastante líquido para se manter hidratado.
- gengibre é um santo remédio. Coloca uma rodela nos seus sucos funcionais ou faça um chá.
Inflamações na boca (mucosite)
A mucosite é uma inflamação localizada na região interna da boca e da garganta desenvolvida durante o tratamento com a quimioterapia vermelha. Essa inflamação pode, até, levar à formação de úlceras dolorosas e feridas nas regiões orais.
Sendo assim, para evitar que esse efeito cause um grande incômodo, é importante manter a higiene oral em dia, escovando os dentes com pasta mais naturais. Eu uso uma a base de aloe e vera, que inclusive é cicatrizante e curativa. Lembre-se, também, de continuar passando fio dental, mas de uma maneira suave. Evite, ainda, alimentos mais ácidos e com muito sódio.
Caso já tenha desenvolvido algumas feridas, utilize analgésicos e anestésicos locais. Chupar gelo também pode trazer uma sensação de alívio maior. Também existem alguns gels desenvolvidos exatamente com o propósito de aliviar o incômodo da mucosa na boca e tratar esse efeito colateral incômodo. Peça indicação ao seu oncologista.
Fadiga
A fadiga é um sintoma muito comum nos casos de quimioterapia, independentemente da cor dela. Isso porque o cansaço proporcionado pelo tratamento quimioterápico não é do tipo que pode ser resolvido com uma boa noite de sono. Ele pode persistir durante um bom tempo, o que termina acontecendo em razão da interferência das medicações com o metabolismo.
A sensação de fadiga pode ser aumentada em alguns casos, o que vai dificultar a qualidade de vida do paciente na realização de atividades simples, como tomar banho, subir escadas ou fazer uma pequena e pausada caminhada.
Contudo, essa condição pode ser diminuída com algumas alternativas, como é o caso de exercícios físicos sob orientação, descansos programados e, também, medicações.
Gostou do conteúdo? Veja mais sobre a quimioterapia vermelha e qualidade de vida no meu Blog.
Eu sou uma Health Coach especializada em Saúde Integrativa e através de cursos online, grupos de acompanhamento, mentoria e atendimentos individuais, ajudo pacientes oncológicos a sair da escuridão pós-diagnóstico. O meu objetivo é trazer mais clareza, orientação e motivação para quem deseja encarar a doença com leveza.