Linfonodos: os órgãos que ajudam a combater o câncer

Os linfonodos desempenham um papel crucial em nosso sistema imunológico, atuando como guardiões que detectam e combatem invasores. Esses pequenos órgãos, também conhecidos como gânglios linfáticos, estão distribuídos por todo o corpo e desempenham um papel vital na defesa contra infecções e na vigilância contra o câncer

Neste artigo, vou explorar a importância dos linfonodos, como eles funcionam e seu papel fundamental no combate ao câncer.

imagem ilustrativa de exame de linfonodos
Linfonodos e sua atuação na imunidade. | Foto: Freepik.

O que são os linfonodos?

Os linfonodos, ou gânglios linfáticos, são pequenos órgãos, em forma de feijão, distribuídos ao longo do sistema linfático, parte do sistema imunológico humano. Esses órgãos são compostos por tecido linfático, que contém células imunológicas, como linfócitos.

Eles estão distribuídos em diversas regiões do corpo, como perto da orelha, pescoço, axilas, virilha, abdômen e o tórax, estando interconectados por vasos linfáticos, que transportam a linfa dos tecidos para eles, onde ela é filtrada e purificada. 

Qual a função desses órgãos?

Sabe quando a gente é criança, cai, rala as pernas e no dia seguinte acorda com uma íngua na virilha?

Então, quando há uma infecção ou presença anormal de células, os linfonodos podem ficar inchados e sensíveis, o que indica uma resposta do sistema imunológico. 

Esses órgãos são fundamentais para a defesa do organismo contra agentes invasores e são essenciais para manter a saúde e o equilíbrio do sistema imunológico, pois contém células imunológicas, como linfócitos e macrófagos que são responsáveis por combater infecções e outras substâncias estranhas. 

Ou seja, a principal função dos linfonodos é filtrar a linfa, um líquido transparente que circula pelo sistema linfático, semelhante a corrente sanguínea, removendo bactérias, vírus, células mortas e outras substâncias nocivas.

gif ilustrativo de linfonodos coloridos dançando
Feijões da imunidade! | Gif: Giphy.com

Quando esses feijõezinhos detectam a presença de agentes patogênicos, como bactérias ou células cancerosas, eles ativam as células imunológicas para combater a infecção ou a doença. Isto é, quando os linfonodos aumentam de tamanho é um sinal de alerta vermelho.

Localizados por todo o corpo, temos linfonodos, por exemplo, próximos da orelha e do pescoço, e quando algo não vai bem nessa área de cabeça e pescoço é possível notar inchaço na região, bem como dor no ouvido e febre, semelhantes a um resfriado ou uma infecção no ouvido.

No caso do câncer de mama, os linfonodos acometidos são os da região das axilas. Continue comigo que vou te explicar melhor abaixo.

Qual a relação entre os linfonodos e o câncer?

Essa região é um dos primeiros locais para onde as células cancerosas podem se espalhar a partir do tumor primário. Ou seja, quando as células se desprendem do tumor original localizado em outra região, podem viajar através do sistema linfático e se alojar nos linfonodos próximos, que tentam filtrar essas células doentes impedindo que se espalhem pelo corpo.

É por isso que a presença de células cancerosas nos linfonodos indica um estágio mais avançado da doença. Bem, essa é a situação mais comum se tratando de câncer e linfonodos, mas também é possível que o câncer se origine no próprio gânglio, o chamado câncer de linfoma.

Os médicos, muitas vezes, realizam uma biópsia com agulha um linfonodo suspeito para determinar se ele contém células cancerosas.

Se a resposta for sim e os linfonodos estiverem comprometidos, será determinado o estágio da doença, podendo ser necessário tratamento com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, prevenindo a disseminação adicional das células do câncer. Então, se detectado precocemente, a disseminação pode ser controlada e as chances de sucesso no tratamento aumentam.

Mas, claro, existem diferentes estágios de disseminação para os linfonodos, e o tratamento varia de acordo com o prognóstico e o tipo de câncer.

A cirurgia para remover o tumor primário também pode envolver a remoção dos linfonodos próximos, para avaliar se o câncer se espalhou. 

No meu caso, por exemplo, quando fui diagnosticada com Câncer de mama, já existiam 3 linfonodos acometidos com células cancerígenas. Então, fiz um esvaziamento axilar, onde retirei 14 linfonodos.

Como eles atuam no combate ao câncer?

Os linfonodos contribuem de certa forma no tratamento do próprio câncer, por serem parte integrante do sistema imunológico responsável por reconhecer e combater células cancerosas. Quando as células cancerosas se desprendem do tumor primário, elas podem ser transportadas pelo sistema linfático para os linfonodos regionais.

Uma vez nos linfonodos, as células cancerosas são reconhecidas como estranhas pelo sistema imunológico. Isso desencadeia uma resposta imune que pode incluir a ativação de células de defesa, como os linfócitos T, que atacam e destroem as células cancerosas. Além disso, os linfonodos podem produzir anticorpos e outras substâncias que ajudam a combater o câncer.

No entanto, em alguns casos, as células cancerosas podem escapar da detecção pelo sistema imunológico ou desenvolver mecanismos para evitá-lo, o que resulta na disseminação do câncer para outros órgãos e tecidos, tornando o tratamento mais desafiador. 

É aí que entra a imunoterapia.

imagem ilustrativa de paciente tratando linfonodos
Qual a relação dos linfonodos e do câncer? | Foto: Freepik.

Linfonodos e Imunoterapia

A imunoterapia é um tratamento recente que utiliza a própria imunidade para combater células malignas. No caso, esse tratamento para câncer visa utilizar as células T, normalmente ativadas pelos linfonodos, para reconhecer e eliminar as células intrusas.

A terapia pode inibir moléculas que impedem as células T ativadas pelos linfonodos de funcionarem direito (Inibidores de Controle Imunológico). Ou seja, bloquear quem está bloqueando a atuação correta do sistema linfático. Assim, dando um empurrãozinho à nossa imunidade para que ela volte a fazer o seu serviço.

A célula T também pode ser modificada ou multiplicada geneticamente pelos médicos para auxiliar na atuação contra o câncer. Infelizmente, essas mesmas células podem ser suprimidas pelo ambiente do tumor que, por vez, pode negligenciar o papel dos linfonodos e sua ativação de células T.

É comum que médicos retirem, juntamente ao tumor, os gânglios linfáticos próximos, antes da realização da imunoterapia, na intenção de diminuir a incidência de metástases que, como disse, muitas vezes caminham até eles.

Mas recentemente, alguns pesquisadores têm defendido a ideia de manter os gânglios em seus lugares, até depois da imunoterapia, como forma de aumentar a eficácia contra tumores sólidos.

Em 2023, 20 pacientes com câncer tipo melanoma receberam inibidores de controle imunológico. Após a cirurgia, pesquisadores dos institutos Gladstone e UC San Francisco analisaram os linfonodos e o tecido tumoral, usando uma técnica de imagem recente, medindo cada célula e sua ativação.

Eles descobriram que tanto as células quanto os gânglios possuíam mais genes relacionados à citotoxicidade e proliferação do que as células T presentes no tecido tumoral. Ou seja, o estudo sugere que os genes dos linfonodos são fortes o suficiente para migrar até o tumor e combatê-lo.

Aliás, pacientes com mais células T demonstraram mais eficácia em seus tratamentos. Ou seja, permitir a permanência dos linfonodos em casos de tumores sólidos, permitindo a ativação do seu sistema, pode ser eficaz.

Claro que essa pesquisa ainda está em movimento mas acende um alerta para a importância do incentivo à pesquisa científica para que mais estudos sobre esses feijõezinhos, tão importantes para a nossa imunidade, sejam feitos.

Agora convido você a prestar mais atenção no seu sistema imunológico para que o seu sistema linfático continue te ajudando a se proteger de qualquer enfermidade!

 

Como aumentar a imunidade durante o tratamento para câncer?

Aumentar a imunidade durante o tratamento oncológico é crucial para ajudar o corpo a combater infecções e lidar com os efeitos colaterais. 

Aqui estão algumas dicas para fortalecer o sistema imunológico durante esse período:

  • Hidratação adequada: Beber bastante água é essencial para manter o corpo hidratado e ajudar na eliminação de toxinas.
  • Atividade física moderada: Praticar exercícios leves a moderados com orientação médica como caminhadas ou Yoga, pode estimular o sistema imunológico e melhorar o humor. 
  • Descanso Suficiente: Priorizar o sono de qualidade é crucial para a recuperação e fortalecimento do sistema imunológico durante as sessões terapêuticas no tratamento oncológico.
  • Gerenciamento do estresse: Encontrar técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou massagem, reduzem o estresse, que pode comprometer a imunidade.
  • Evitar fatores de risco: Minimizar a exposição a germes e infecções, evitando multidões, lavando as mãos com frequência e mantendo os ambientes ajudam a evitar maiores quedas do sistema imunológico durante o câncer.
  • Suplementação sob orientação: Consulte um médico ou nutricionista sobre a necessidade de suplementos vitamínicos ou minerais, pois alguns podem ajudar a fortalecer a imunidade.
  • Alimentação Anticâncer: Uma dieta alcalina pode ajudar a reduzir a inflamação e promover um ambiente saudável no corpo. Alimentos como frutas, vegetais, legumes, nozes e sementes são considerados alcalinos (neutros) e podem ser incluídos na dieta para ajudar a manter o equilíbrio do pH corporal. Alimentos gordurosos e ricos em açúcar, são ácidos e desequilibram o organismo.
gif fantoche comendo vegetais
Coma tudo! | Gif: Giphy.com

Alimentos que Aumentam a Imunidade

Incluir alimentos ricos em nutrientes que fortalecem o sistema imunológico é essencial. Alguns exemplos incluem:

  • Vitaminas do complexo B: Gengibre, batata, uvas, melancia, cogumelos, pólen.
  • Selênio: Leguminosas e castanhas.
  • Vitamina C: Frutas cítricas, morangos, kiwi, lichia, brócolis, alho, gengibre e pimentão.
  • Vitamina D: Peixes, ovos, cogumelos, alimentos fortificados.
  • Vitamina E: Sementes de girassol, amêndoas, espinafre, abacate.
  • Zinco: Carne magra, frango, leguminosas, sementes de abóbora.
  • Probióticos: Iogurte, kefir, alimentos fermentados como chucrute, kimchi e alho.

Vale sempre consultar seu oncologista para obter orientações personalizadas sobre dieta e nutrição durante o tratamento oncológico.

Agora que você sabe da importância de ficar de olho nos linfonodos para combater o câncer e também da importância de cuidar do seu sistema imunológico, continue no blog e descubra mais informações sobre o tratamento para câncer.

 

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