Você já se perguntou como cuidar dos cabelos e da careca durante o tratamento de câncer?
Assim que perdi os cabelos por conta da quimioterapia, surgiram algumas dúvidas sobre como cuidar da minha careca, assim como das penugens que começaram a nascer e crescer mesmo durante a quimioterapia branca (TAXOL).
Pois é, mesmo durante a quimioterapia, não fiquei totalmente careca!
Somente quando comecei a radioterapia, meus cabelos voltaram ao normal.Mesmo assim, ainda levou uns três meses para ele ter uma textura mais natural.
Mas durante a quimioterapia branca, Não sabia o que fazer com os cabelinhos fininhos que renasciam, usava condicionador ou não…
E durante a quimioterapia vermelha,poderia usar shampoo? podia fazer coloração?
Então, como fiquei careca por 13 meses, o que me conferiu o título de PHD em carequice, deixa eu explicar que existem várias fases e tipos de careca.
E para cada uma dela, é necessário um cuidado especial.
Olha o shampoo infantil que eu ganhei da minha irmã e usei durante todo o tratamento! E quem disse que não dá pra inovar nos cortes durante o tratamento? He! He!
1) corte kiwi
Esta foi a fase mais difícil de encarar… Quatro semanas depois do primeiro ciclo de quimioterapia, (ver post minha primeira vermelhinha),
meus cabelos estavam despencando e o meu coro cabeludo estava super dolorido. Isso acontece porque por conta das drogas da quimioterapia, os folículos pilosos inflamam.
Então, passei a máquina e ainda assim, sobraram uns fiozinhos. Tipo um kiwi mesmo.
Nessa fase, passar um shampoo, pode ser relaxante e aliviar o dolorido.
Engraçado que ainda não estava acostumada à carequice.
Então, volta e meia me pegava desviando a cabeça do chuveiro para não molhar os cabelos!!!! Alô?
2) Corte OVO
Depois do segundo ciclo, os pitoquinhos foram caindo e assumi o look “total bald”.
A careca brilha e nesse período tive dúvidas se lavava a careca com shampoo ou não.
Acho que usar shampoo , tira o aspecto oleoso . E mesmo sem cabelos, a careca fica cheirosinha.
Além disso, como assumi minha careca, especialmente no calor do verão aqui do Rio de Janeiro, não dispensava o filtro solar.Usava em spray para não ficar oleosa.
E também não dispensava chapéus e bonés com filtro solar
3) corte Manga
Quando comecei a fazer a quimioterapia branca, meus cabelos começaram a renascer.
Mas nasciam muito fininhos e falhados. Não gostei de como estava ficando, achei que estava ficando com cara de doente. Então, perguntei para o meu onco se eu podia pintar e para minha alegria, ele liberou…
Conclusão: fiquei loira, no melhor estilo caroço de manga…hehehe!
Acho que o cabelo claro disfarçava bem os cabelos muito ralos.
Nesse período, como sempre praticava alguma atividade física, lavava as penugens todos os dias e como eles estavam descoloridos, usava condicionador para dar uma hidratada. Só um pinguinho para deixar os fiapinhos macios.
Mas depois enxaguava bastante com água para não deixar excesso e o coro cabeludo ficar oleoso.
Até porque não foram poucas as vezes que distraidamente colocava a quantidade de shampoo e condicionador que estava acostumada a usar quando tinha cabelos longos.
4) corte calopsita
Quase no fim dos meus ciclos, meus cabelos voltaram a cair com força total.
E dessa vez, também os cílios e as sobrancelhas. Comecei a ter cabelos mais compridos (os que sobreviveram aos ciclos de QT), mas em compensação, bem mais ralos.
Além disso, os cabelos começaram a ter uma textura de palha. Não tinham brilho, nem maleabilidade. Tentei usar um leave-In liquido, sem resultado.
Comecei a me sentir um passarinho recém nascido.
Conclusão: raspei novamente para desta vez, deixar os meus cabelos crescerem naturalmente
5) corte Joãozinho
Depois que acabaram os ciclos, os cabelos renasceram!
E a cada dia , sinto que eles estão mais cheios. É realmente um período de renascimento.
Estou tentando deixá-los naturais. Embora, eu esteja estranhando a cor escura e os grisalhos nas laterais, por conta do stress oxidativo que a quimioterapia causa.
Mas de qualquer forma, é muito bom tê-los de volta. Não sei por quanto tempo irei conseguir ficar sem usar química neles.
Mas isso já é outra história, não é?