No artigo de hoje, decidi falar sobre outro assunto que gera muitas dúvidas em quem foi diagnosticada, que é a relação entre os métodos contraceptivos e o câncer.
Na verdade, como você já deve saber, tudo o que envolve a sexualidade da mulher com câncer ainda é um tabu em nossa sociedade.
Se você foi diagnosticada, a essa altura do campeonato já deve ter percebido que tratamento causa alterações na libido e no nosso corpo.
E, além disso, é claro, há também todo o aspecto psicológico envolvido nessa questão.
A vergonha do parceiro, a dificuldade de aceitar as mudanças em nosso corpo e o medo, também entram nessa equação.
Infelizmente, muitas mulheres optam pela abstinência durante o tratamento. Como comprovam muitos estudos realizados na área.
Nesta matéria, por exemplo, afirma-se que mais de 40% das pacientes com câncer de mama envolvidas no estudo não tem vida sexual ativa.
Mas como você já sabe, eu acredito sim, que é possível viver o câncer com mais leveza e levar uma vida plena, em todas as áreas.
E é aqui que entra a questão dos contraceptivos. Pois, a mulher diagnosticada precisa evitar a gravidez.
Já que todas as etapas do tratamento podem colocar em risco à saúde do bebê.
E, por outro lado, a interrupção ou o fato de precisar adiar o tratamento para levar uma gravidez de risco à frente, também colocam em risco a saúde da mulher.
E aqui temos outra questão muito importante:
A relação entre os métodos contraceptivos e o câncer é complicada!
Se você fizer uma breve pesquisa online, vai encontrar muitas informações diversificadas.
Só de olhar a página do Google, já dá para perceber isso!
Alguns títulos afirmam que os métodos contraceptivos podem causar câncer.
Enquanto outros afirmam que os métodos contraceptivos podem prevenir o câncer…
O que precisamos entender aqui é que, às vezes, as duas coisas podem ser verdadeiras.
Já que há alguns métodos, que podem diminuir o número de incidência de alguns tipos de câncer. Mas, ao mesmo tempo, podem aumentar a incidência de outros.
Foi, justamente, para esclarecer algumas dúvidas comuns sobre o tema, que escrevi o artigo de hoje!
E, é claro, para que você possa continuar aproveitando sua vida, mesmo depois do diagnóstico!
Explicado tudo isso, vamos lá?!
Métodos contraceptivos podem causar câncer? Métodos contraceptivos podem reduzir o risco de câncer?
Essa é uma das dúvidas mais comum entre as mulheres. E como você sabe, o assunto é extenso e complexo, já que existem diversos tipos de métodos contraceptivos e diversos tipos de câncer.
Apesar disso, abaixo, listei alguns resultados de estudos científicos realizados nos últimos anos.
A pílula anticoncepcional e o câncer
A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais utilizados no mundo todo. Segundo dados do site Telediu, ela conta com mais de 100 milhões de usuárias no mundo todo.
É também a principal opção de boa parte das brasileiras. Por isso, decidi dar um destaque especial a esse método contraceptivo.
Talvez essa preferência se deva ao fato dela não ser um método contraceptivo definitivo, como a laqueadura, por exemplo.
Já que muitas mulheres, mesmo não querendo ter filhos agora, podem mudar de ideia no futuro.
Além disso, adotar esse método contraceptivo é bem simples, basta tomar a pílula todos os dias. Trata-se também de um método barato e acessível a toda a população.
Há também o fato de que ela é um dos métodos contraceptivos com maior taxa de eficiência. Podendo chegar a 99,9%, desde que seja tomada corretamente e sem falhas.
Ela foi inventada na década de 1960 e a questão é que desde lá, fala-se muito sobre os efeitos colaterais desse método contraceptivo.
A pílula pode aumentar o risco de trombose, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.
Além de tudo isso, há a relação da pílula anticoncepcional com o câncer, justamente, pelo fato de conter hormônios em sua composição.
A relação entre a pílula anticoncepcional e o desenvolvimento do câncer
Quando o assunto é o câncer de mama, os estudos mostram que o risco da mulher desenvolver esse tipo de câncer pode aumentar quando a pílula é utilizada. Hoje, há muitos estudos que mostram esse tipo de resultado.
Apesar disso, os resultados ainda são um pouco inconsistentes. Em primeiro lugar, porque eles podem depender da composição da pílula, em si. E porque como você já sabe, o câncer é multifatorial, ou seja, há vários fatores que entram na balança.
Segundo esta publicação, que fala de diversos estudos realizados, alguns estudos relatam o aumento do risco do desenvolvimento do câncer em até 30%, quando a mulher faz uso da pílula. Enquanto isso, outros estudos relatam que não há aumento nenhum.
Um desses estudos foi conduzido na Dinamarca, com aproximadamente 1,8 milhões de mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos.
Segundo o estudo, as mulheres que fazem uso de algum dos tipos de pílula anticoncepcional chegam a ter 20% mais chances de desenvolver o câncer de mama. Quando comparados com aquelas que nunca fizeram uso de nenhum tipo de pílula.
Os responsáveis pelo estudo acreditam que a relação entre a pílula e o Câncer de Mama possa se estabelecer devido aos hormônios presentes nesse método contraceptivo, o estrogênio e a progesterona.
O estudo também afirma que o DIU com progesterona também pode aumentar o risco de câncer.
Segundo o site Breast Cancer, há outros detalhes a serem considerados. Na matéria do site, afirma-se que há outros fatores que também entram na balança. Como, por exemplo:
- a idade da mulher
- a saúde dela, em geral
- seu risco pessoal de desenvolver o câncer
- além de outros fatores de risco, como o tabagismo, a álcool e o controle do peso.
Um bom exemplo disso é que para as mulheres abaixo dos 35 anos, o risco adicional de desenvolver câncer de mama é de apenas um caso a cada 50.000 mulheres que usaram anticoncepcional por apenas um ano.
No entanto, quanto maior a idade da mulher e quanto maior o tempo de uso da pílula, mais esses números aumentam.
Além disso, a exposição aos outros fatores de risco citados acima, também fazem com que a possibilidade de desenvolver o câncer aumente.
No site, afirma-se também que apesar disso, as pílulas diminuem substancialmente o risco de câncer de ovário, câncer colorretal e câncer de endométrio quando as mulheres são mais velhas.
Além disso, na matéria, David Hunter, professor de epidemiologia e medicina da Universidade de Oxford afirma que, no geral, usar o contraceptivo oral por um período de 5 anos pode levar a uma leve redução do risco total de desenvolver câncer.
Ou seja, mesmo aumentando o risco de desenvolver o câncer de mama, no geral, o risco de desenvolver todos os tipos de câncer diminui.
Sobre o mesmo estudo, uma matéria publicada no site da Revista Abril, afirma que o risco de desenvolvimento de câncer de mama ao fazer uso do anticoncepcional não é motivo para entrar em pânico. Na matéria, afirma-se:
“‘O risco absoluto é pequeno e os próprios autores ressaltam isso no texto. Estamos falando de um caso extra a cada 7 690 mulheres que usam o contraceptivo’, comenta a cirurgiã oncologista Fabiana Baroni Makdissi, que dirige o Departamento de Mastologia do A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo.”
Como se pode perceber, a relação do câncer e da pílula é bastante complicada. E há muitos outros fatores envolvidos nessa equação, como você viu acima.
Já que em alguns casos o risco de câncer de mama aumenta, mas ao mesmo tempo, o risco de desenvolver outros tipos de câncer diminui.
Por conta dessa polêmica toda, é muito importante destacar que esse não é o único método contraceptivo disponível.
A pílula do dia seguinte
Também acho importante falar um pouquinho sobre esse método contraceptivo. Que como você já deve saber é um assunto muito polêmico e que causa muitas dúvidas.
A pílula do dia seguinte é um dos métodos contraceptivos hormonais.
E o problema é que na hora do desespero, ela até pode parecer uma boa opção e acaba sendo a opção de muitas mulheres para evitar uma gestação inesperada.
Mesmo porque ela é vendida nas farmácias sem prescrição médica.
Mas você já ouviu falar que ela é uma bomba de hormônio?
Segundo essa matéria, da Revista Abril, a pílula do dia seguinte pode chegar a conter metade da quantidade de hormônios contida numa cartela da pílula anticoncepcional tradicional. Aquela que você precisa tomar ao longo do mês.
E se você viu acima o que o efeito de tomar a pílula tradicional pode fazer no seu corpo, imagine tomar tudo isso de uma única vez?
Pois é!
Sabe o que é pior, diferente do que muita gente pensa, ela tem eficácia, em torno de apenas 85%!
E, é claro, a pílula do dia seguinte pode causar diversos efeitos colaterais. Os mais comuns sendo náuseas e vômitos, diarreia, alteração do ciclo menstrual e dores nas mamas.
Além disso, segundo a matéria, todos os efeitos colaterais da pílula tradicional, também podem ocorrer, inclusive a trombose e os efeitos que citei lá em cima.
Por isso, embora não existam estudos científicos que falem sobre a relação desse método contraceptivo, especificamente, com o câncer.
Como eu disse acima, os efeitos são os mesmos da pílula tradicional, já que a pílula do dia seguinte também contém os hormônios progesterona e estrogênio.
Por isso, é preciso tomar muito cuidado com ela!
Além disso, também é muito importante destacar que, segundo os médicos, esse é um método de emergência.
E pode ser usado, no máximo, uma vez ao ano. Lembrando, é claro, que você corre todos esses riscos que citei acima.
E os outros métodos contraceptivos, podem causar câncer?
Os principais estudos sobre a relação do câncer e os contraceptivos são relacionados à pílula anticoncepcional.
Apesar disso, é importante lembrar que todos os contraceptivos hormonais também terão, em alguma quantidade, a progesterona ou o estrogênio.
O que quer dizer que os riscos também existem, mesmo para quem opta pelos anticoncepcionais injetáveis, pelo DIU hormonal, ou pelos adesivos.
É isso o que esse estudo, realizado na África, por exemplo, confirma sobre os anticoncepcionais injetáveis.
Embora tenha sido um dos primeiros estudos sobre esse método contraceptivo e o câncer, os resultados são similares com àqueles obtidos nos estudos sobre a pílula.
Quanto aos outros métodos contraceptivos, não há muitos estudos na área. Sobretudo, pelo fato deles não conterem os hormônios em sua composição.
Quem faz hormonoterapia pode engravidar?
Essa é outra questão muito comum entre as mulheres. Atualmente, existem vários medicamentos utilizados por quem faz hormonoterapia.
Dentre eles, o mais comum é o tamoxifeno.
E quem faz hormonoterapia pode acabar engravidando, sim!
Pois o tamoxifeno, por exemplo, pode acabar induzindo a ovulação. Por isso, para quem está fazendo hormonoterapia é preciso tomar cuidado extra!
Já que o medicamento não pode ser tomado por mulheres grávidas por colocar em risco à saúde da paciente e do bebê. Na bula do remédio, afirma-se que pode haver aborto espontâneo ou má formação do feto.
Sendo assim, a mulher que engravida, muitas vezes, precisa interromper ou adiar o tratamento.
Para a mulher, sendo assim, o tratamento com o tamoxifeno precisaria ser interrompido. O que pode aumentar o risco de recidiva do câncer.
O tempo da hormonoterapia pode variar entre as pacientes de câncer, mas costuma ser de vários anos. E, volto a dizer, durante todo esse período é preciso evitar a gravidez!
Ou seja, é preciso escolher um bom método contraceptivo.
Métodos contraceptivos e o Câncer: Quais as melhores opções ?
Como você já sabe, existem muitos tipos de métodos contraceptivos atualmente. Eles podem ser classificados de várias maneiras.
Uma das classificações mais comuns é a descrita abaixo:
Métodos de barreira
Os métodos de barreira são aqueles que impedem que o esperma entre no útero. Os mais comuns são:
- Camisinha masculina
- Camisinha feminina
- Diafragma
- Espermicidas
- DIU de cobre
Métodos hormonais
Como o nome sugere, são aqueles que contêm hormônios em sua composição. Normalmente, o estrogênio e a progesterona.
- Pílulas anticoncepcionais
- Adesivos anticoncepcionais
- Injeções anticoncepcionais
- Pílula do dia seguinte
- DIU hormonal
Métodos tradicionais ou naturais
São aqueles em que a gravidez é evitada de forma natural. Eles são os menos indicados, pois seu nível de eficácia pode ser reduzido devido a diversos fatores.
- Coito interrompido
- Tabelinha
Métodos definitivos
São os métodos que envolvem um processo cirúrgico, no qual a possibilidade de engravidar é eliminada de forma definitiva. Ou seja, não dá para voltar atrás!
- Vasectomia
- Laqueadura de trompas
Além de todos esses, existem os métodos experimentais. Como os anticoncepcionais masculinos que estão em fase de teste.
Como você pode perceber, as opções são muitas. Portanto, o método mais indicado deve ser definido num nível pessoal.
Levando em consideração fatores como:
- histórico pessoal e familiar de algumas doenças, como endometriose, câncer, síndrome do ovário policístico…
- efeitos colaterais
- idade
- proteção contra DSTs, principalmente, no caso de quem não tem um parceiro fixo. Lembrando que o preservativo é o único método que previne as DSTs.
- nível de eficácia do método
- se o método é reversível ou não
- se a mulher acabou de ter um bebê e está amamentando
- duração do método
E para quem já teve ou tem câncer, qual o melhor método contraceptivo?
Segundo essa matéria do site Vencer o Câncer, o tipo de método contraceptivo mais indicado, vai depender do tipo de câncer.
Na matéria a Doutora Solange Sanches, médica titular do departamento de oncologia clínica do A. C. Camargo Cancer Centre, explica que durante o tratamento, o ciclo menstrual da mulher pode ficar desregulado.
O que quer dizer que aqueles métodos naturais, como a tabelinha, não vão funcionar e utilizá-los pode acarretar numa gravidez indesejada. Sendo assim, é preciso optar por um método mais eficaz.
Ela também apresenta algumas opções dependendo do tipo de câncer.
Para quem tem câncer de mama, as pílulas não são indicadas. Já que contém hormônios, como o estrogênio, que podem acabar alimentando alguns tipos de câncer.
O mesmo vale para o DIU que contenha algum tipo de hormônio, que também é conhecido como DIU hormonal.
Apesar disso, o DIU de cobre é uma boa opção. Justamente, por não conter nenhum tipo de hormônio.
Além disso, o DIU de cobre, também é uma boa opção para mulheres que podem querer engravidar no futuro.
Já para quem não tem o desejo de engravidar, a melhor opção é a laqueadura de trompas.
Já para as mulheres com câncer de colo de útero o DIU não é indicado, já que a região fica sensível. Nesse caso específico, a doutora afirma que a pílula e a camisinha são boas alternativas.
Nessa mesma matéria, sobre os outros tipos de câncer, a médica afirma:
“De forma geral, em casos de outros tipos de tumores, como câncer de colo de útero, endométrio, miomas, linfomas, ovário, não há problema em utilizar a pílula. Ainda assim, não deixe de conversar com um especialista para certificar-se de essa é a melhor opção.”
Lembrando que o preservativo pode ser sempre uma boa opção. Mesmo porque ele é o único que protege das doenças sexualmente transmissíveis. E que ele tem uma eficácia de 98%.
E não se esqueça de conversar com o seu médico…
No artigo de hoje, você aprendeu um pouco mais sobre a relação dos métodos contraceptivos e o câncer.
Como você viu, a relação é complicada e os resultados são bastante complexos. No entanto, não é preciso abrir mão da nossa sexualidade por conta do câncer.
Como sempre, o melhor é não escolher sozinha! Seu médico é a pessoa mais indicada para te dizer qual é o melhor método contraceptivo para o seu caso, específico.
Por isso, não se esqueça de pedir uma ajudinha nessa escolha também! Isso é muito importante e não pode ser deixado de lado.
Espero que você tenha gostado desse artigo e que algumas das suas dúvidas possam ter sido esclarecidas.
E se gostou, não se esqueça de compartilhar com outras pessoas e de deixar seu comentário abaixo! Fico muito feliz de te ajudar nessa jornada!
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Respostas de 6
verdade!!!!!
Muito legal abordar esse tema, afinal cada vez mais mulheres jovens passam por essa doença e tendo uma vida sexual ativa e planos para aumentar a família… No meu caso com um câncer que era receptor hormonal, meu ginecologista disse que é até para desviar da prateleira de anticoncepcionais como a pílula que tomei por mais de doze anos! KKK
É sim… Por isso é importante fazer uma alimentação o mais saudável e leve possível.
Estou fazendo a quarta quimioterapia branca, já fiz 4vermelhas, estou tratando o câncer de mama, mas tenho muito desconto abdominal e muito gases será normal minha barriga chega a ficar inchada.
Comunique ao seu oncologista. \melhoras!
Estou no meu décimo ciclo da quimio tenho mas duas pra fazer,só que estou com hemorragia estou tratando de câncer no intestino.agora tenho que tomar remédio pra cortar o sangramento o que tenho que fazer ou e da quimio.