Quem já foi diagnosticado com Câncer, sabe o turbilhão de emoções que sentimos. Agora, imagina você ir da Maternidade à Quimioterapia em um vôo sem escalas?
Hoje, quero compartilhar a história da Vanessa Schutts, diagnosticada com Câncer de Ovário. mãe de 2 lindas meninas, a Isabelle com 4 anos e a Nicole com apenas 8 meses.
Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 3/4 dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico.
A maioria dos tumores de ovário são carcinomas epiteliais (câncer que se inicia nas células da superfície do órgão), o mais comum, ou tumor maligno de células germinativas (que dão origem aos espermatozoides e aos ovócitos – chamados erroneamente de óvulos).
Estimativa de novos casos de Câncer de Ovário: 6.150 (2016 – INCA)
Se você deseja se informar mais a respeito do Câncer de Ovário, entre no site do INCA.
No caso da Vanessa, o diagnóstico precoce foi muito importante. Porque embora, os números de casos sejam poucos, se compararmos às estimativas de câncer de mama, o percentual de óbitos é muito grande. E ser diagnosticada quando a doença está em fase inicial, aumenta muito as chances de cura.
Quanto ao diagnóstico, Vanessa afirma:
“Foi tudo muito rápido e esse ano foi muito intenso. Fui da maternidade à quimioterapia, um turbilhão de diversas emoções!”
A DESCOBERTA:
” voltei de viagem de férias no início de julho, durante a viagem senti algumas fisgadas abdominais e também esqueci de tomar o anticoncepcional. Fui à ginecologista mais por medo de outra gravidez recente do que por causa das fisgadas.
Na verdade associei elas a uma possível gestação. Fiz um exame de imagem (eco trans) dia 11/07 e havia um cisto de 10 cm. Já tinha histórico de cistos no ovário, inclusive já havia retirado um ovário, mas todos benignos. Justamente por esse histórico já sabia o que ocorreria: cirurgia para retirada do cisto e possível retirada do meu único ovário.
A preocupação inicial era a menopausa precoce, tenho 35 anos. No dia 16/07 ele torceu e a dor é absurda, fui para a emergência do hospital, chamaram um cirurgião para me avaliar. Não precisei fazer cirurgia de emergência, mas dormi no hospital para observação e meu abdômen ficou distendido, eu parecia uma grávida de 6 meses.
Naquela semana eu teria que encontrar um cirurgião ginecológico para realizar a cirurgia, pois o médico que a minha ginecologista indicou estava entrando em férias. Deus me mandou a Dra Jaqueline, super acolhedora e pró-ativa.
Liguei para ela no dia 19/07, ela me atendeu dia 20/07 e na mesma consulta já marcou a cirurgia para o dia 28/07. Ela me falou de tudo o que poderia ser e acontecer, do mais simples ao mais complexo, foi uma consulta de uma hora super densa.
Saí com alguns exames para fazer e bem anestesiada, pois aí apareceu a possibilidade de um tumor e isso nunca havia passado pela minha cabeça. Dentre os exames estava o marcador CA125.
Eu voltei no consultório 2 dias antes da cirurgia e ela disse que aquela alteração que estava aparecendo no CA125 não era muito boa. Eu e meu marido saímos de lá mais uma vez anestesiados…
A cirurgia correu bem, mas foi tensa. Durou umas 3 horas. Tirei o tumor, ovário e útero. Tinha um patologista na sala e o resultado do exame de congelamento foi de um tumor borderline (maligno de baixa agressividade que não causa metástase). Mas esse ainda não era o resultado definitivo.
O exame anatomopatológico é que me diria realmente o que os médico tinham retirado. Estávamos esperando que se confirmasse o borderline, pois seu tratamento é a sua retirada. Teria que fazer uma consulta com o oncologista, mas nada de quimioterapia.
Mas dia 10/08 o resultado ficou pronto. Foi o dia que REnasci. Somente por 1 segundo passou aquilo pela minha cabeça que todos associam ao câncer: Vou morrer.
Mas como eu disse, só passou….não ficou. Aquele dia fiquei anestesiada mais uma vez. Mas uma força absurda me jogou para cima e no outro dia, já estava com projetos em minha cabeça… Tudo que lembrava Vida!
Comecei o tratamento dia 14/09, último dia que amamentei minha bebê, foi o único processo mais sofrido. Farei 6 ciclos com 3 aplicações semanais cada.
Já encerrei o 2º ciclo e no início dele, meus cabelos começaram a cair. Cortei dia 10/10, foi triste, mas logo superei isso também. Não tive coragem de olhar. Quando cheguei em casa estava com lenço e minha filha mais velha super curiosa pediu para ver e puxou ele. Ela amou!
Eu estava no quarto, ela me puxou pela mão e me levou para a sala para mostrar meu corte para a vó dela. A reação dela me deu coragem de me olhar no espelho. Minha linda família teve um gesto muito lindo. À noite minha mãe mandou foto do cabelo rapado e no outro dia foi a minha irmã menor.
Eu sempre acreditei que o corpo fala e que a doença (seja ela qual for) chega para nos dar um aviso, já que não percebemos os anteriores.
No caso de doenças mais graves é um chamado mais intenso. Temos que aceitá-lo e não nos vitimizarmos. Olhei para dentro de mim, comecei a REver o que eu realmente queria da vida .
Notei que, bem antes do diagnóstico, eu já estava doente. Qualquer coisa me desestabilizava emocionalmente. Eu não estava vivendo, apenas sobrevivendo no botão automático da vida.
O câncer foi o meu chamado para a vida, por isso nunca me senti doente. Por causa dele eu acordei! Comecei um processo intenso de autoconhecimento. Estou cuidando da minha saúde física, emocional e espiritual. Estou percebendo novos caminhos e alternativas que antes a cegueira não me permitia.
Esse processo de olhar para dentro é o maior crescimento que podemos obter das adversidades que ocorrem em nossas vidas. Elas chegam para nos sacudir e nos impulsionar a algum movimento.
A vida pulsa e não podemos deixá-la simplesmente passar. Temos que ser ativos e pró ativos no comando de nossas vidas, pois ela nos pertence. Não podemos ser meros espectadores.
Agarrei o comando da minha, dos meus momentos, do meu SENTIR e agir. É um caminho sem volta, pois ele nos empodera, nos faz crescer, ampliar a consciência, ver as múltiplas possibilidades que a vida nos oferece, escolher com mais propriedade.
Surge uma vontade de contribuir para a melhoria do mundo, das pessoas, da comunidade. É isso, se eu fosse escrever um livro desse meu momento, teria um título nesse sentido: Uma benção chamada Câncer.
Sim, foi uma benção em minha vida. Eu estava adormecida e agora acordei. Estou vendo um mundo de possibilidades que antes eu não via. Estou agindo mais, me olhando mais, me conhecendo mais e querendo passar tudo isso para as pessoas que estão em minha volta.
Quero contribuir com coisas boas e o mais importante: Estou achando tempo para mim e para tudo isso.
Precisamos antes de tudo nos amar, sermos inteiros, para então oferecermos o nosso melhor aos que estão ao nosso lado. Isso é o amor incondicional. Já diz na Bíblia: Ame ao próximo como a ti mesmo.
O movimento é esse: Se olhar, se conhecer, se amar. Você só pode oferecer ao próximo o que você tem dentro de você!
Minhas filhas, meu marido, meus familiares, meus amigos, meu ambiente de trabalho merecem uma pessoa inteira que esteja no AQUI e AGORA oferecendo o melhor. É isso que quero para a minha vida. Estar PRESENTE.
Paz! Luz! Gratidão!”
As inscrições para o meu Programa Câncer com Leveza estão abertas!
Essa é a minha Mentoria em grupo para ajudar outras pessoas a superarem o diagnóstico com mais clareza e autoconfiança.❤️
Eu vou segurar a sua mão na sua jornada de cura física e emocional.
Clique abaixo para ter o meu acompanhamento de perto por 1 ano.
⬇️⬇️⬇️
Respostas de 3
Olá Leia, aqui no meu Blog tem um artigo inteiro falando de tamoxifeno. Basta você colocar na busca. Beijão!
Vanessa guerreira! Sua luta está ganha! Saudade de você.
Gostaria de saber mais sobre o tamoxifeno